Alguns odeiam, outros fingem que odeiam pra agradar os Old School, já outros adoram e reconhecem a qualidade de uma das melhores bandas que apareceram ultimamente: o Avenged Sevenfold. Claro que os primeiros álbuns não são de uma ótima qualidade, mas a partir do “City of Evil” (2005), grandes álbuns foram lançados, provando cada vez mais a qualidade dos músicos da banda. Agoram em 2016, a banda chega ao seu sétimo álbum de estúdio, intitulado “The Stage”.
Todos foram pegos de surpresa na última quarta-feira (26), quando a notícia de que a banda lançaria um novo álbum dois dias depois, já no dia 28 de outubro.
“The Stage” chegou de surpresa pela Capitol Records, o primeiro da banda pela gravadora, já que passou mais de uma década com a Warner.
Vamos às músicas: a primeira é a faixa-título, que havia sido liberada há poucas semanas – mais precisamente no dia 13 de outubro. Música épica, progressiva, com bastante influência do “City of Evil”. Conta com um ótimo feeling e os solos são estupendos. O destaque é a bateria – realmente um cartão de apresentação do novo baterista Brooks Wackerman (ex-Bad Religion, Tenacious D), que literalmente destrói nas baquetas e pedais.
A segunda faixa se chama “Paradigm”, e conta com um peso bem bacana, um riff mais rápido junto com vocais mais cadenciados em seus versos, mas logo M. Shadows solta a voz no refrão, que acaba lembrando músicas do “Avenged Sevenfold” (2007). Até um grito é ouvido na música, algo que foi abandonado pelo vocalista por alguns anos, usado em poucas músicas nos álbuns anteriores.
“Sunny Disposition” conta com vocais mais soltos e rápidos em certas partes. O refrão traz trompetes, elemento que já foi usado pela banda em músicas antigas, além de vocais mais calmos. O solo mais uma vez ganha destaque, o ótimo Synyster Gates mostra sua qualidade. Ótima faixa que deve agradar os fãs novos e antigos.
A faixa mais curta do álbum é “God Damn”, que conta com muito peso e rapidez. Os riffs rápidos ditam o ritmo junto a bateria que acompanha muito bem. Os versos serão bons pra abrir o mosh nos shows. O refrão é mais melódico, mas muito bom. O solo é introduzido por um baixo bem tímido de Johnny Christ. Outra boa faixa.
A próxima é “Creating God”, que destaca as guitarras bem pesadas, o refrão pegajoso e mais uma vez o solo. É uma faixa mais direta, que não seria surpresa se virasse single.
“Angels” pode ser considerada a primeira balada do disco. Não é tão melódica como outras baladas já lançadas pela banda; ela tem até um tom sombrio. A bateria é bem mais cadenciada aqui, diferente das faixas anteriores, mas, de todo modo, palmas para Wackerman. Palmas também para M. Shadows, com vocais perfeitos. Nem preciso dizer que o solo é sensacional.
Parecendo até uma continuação da faixa anterior, pelo menos no início, “Simulation” é cadenciada até pouco antes do primeiro minuto, onde a banda pisa no acelerador. As partes lentas voltam, e logo a rapidez aparece novamente, faixa com andamento diferente que me agradou bastante.
A próxima é “Higher”, que começa bem tranquila, com um teclado que logo introduz os vocais junto a um piano, com um tom mais sentimental. Logo aparecem os riffs bem rápidos acompanhados de uma bateria com o som um pouco diferente nos versos. O refrão é melodioso e até gruda na cabeça. Boa faixa, mas um pouco abaixo das anteriores.
“Roman Sky” começa com uma guitarra limpa de Zack Vengeance, que logo casa com vocais calmos e uma harmonia clássica de fundo. Assim a música segue por quase três minutos, onde a percussão entra, até tomar a forma de uma balada. Um tom bastante sentimental é passado pelo vocal. Outra faixa magnífica.
“Fermi Paradox” é outra de andamento não-convencional. Nos versos, a bateria é rápida, mas sem peso. O refrão já é o tipo clássico da banda. Dá pra notar elementos Thrash nas guitarras. Logo após o segundo refrão tudo muda novamente, parecendo até uma balada na hora do solo. É uma faixa diferente que agrada bastante.
Pra fechar o álbum de forma épica, temos “Exist”. Com seus quase dezesseis minutos, conta com muitos elementos do Metal Progressivo. Consigo ver influência do Dream Theater nesta faixa. São quase dois minutos de introdução do teclado, até que a banda ataca com um instrumental bem progressivo, rápido e técnico por alguns minutos. Após isso, um teclado deixa o clima bem “espacial”, junto a um solo de muita qualidade. Um silêncio toma conta e dá entrada a uma guitarra limpa, que traz finalmente os vocais. Ao seu final a música se torna mais rápida e pesada, com uma narração de fundo. Uma das melhores composições do disco e da banda em geral.
Concluindo, “The Stage” se aproxima dos álbuns antigos da banda, principalmente de City of Evil” (2005) e “Avenged Sevenfold” (2007), com elementos de música clássica e músicas mais longas. Os últimos trabalhos vinham sendo mais diretos, mas aqui tem algo com um tom mais épico. A performance dos músicos é excepcional! Todos têm muita qualidade, já provada e agora reforçada. Brooks Wackerman arrebenta e se encaixa muito bem no estilo da banda, uma vez que vinha de uma banda Punk.
Grata surpresa da banda, que divulgou tudo muito rápido e entregou um material de extrema qualidade. Como fã da banda, o álbum me agradou muito e com certeza mostrou uma evolução muito grande por parte dos integrantes, vale demais a audição.
Formação:
M. Shadows (vocais);
Synyster Gates (guitarras);
Zack Vengeance (guitarras);
Johnny Christ (baixo);
Brooks Wackerman (bateria).
Faixas:
01 – The Stage
02 – Paradigm
03 – Sunny Disposition
04 – God Damn
05 – Creating God
06 – Angels
07 – Simulation
08 – Higher
09 – Roman Sky
10 – Fermi Paradox
11 – Exist
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8/10